domingo, 7 de junho de 2015

O MANTRA MAIS VENERADO DO MUNDO


Gayatri Mantra 108 vezes. (artpartner.org)






"dos versos, sou o Gáyatri" 

Krishna, no Bhagavad Gita (tradução de Rogério  Duarte. Capítulo 10 - A opulência do absoluto)

Sun (simonvinkenoog.nl)







Havia um yogin extremamente preguiçoso, que não queria ter o trabalho de ler os Vedas (livros do Hinduísmo que trazem o conhecimento). Este yogin fez inúmeros pujas (oferendas) a Indra, pedindo ao deus que pudesse obter o conhecimento dos Vedas, sem precisar lê-los. E Indra sempre aparecia e dizia a ele que isso era impossível. 

Um dia, o yogin caminhava pela praia, quando viu um velho jogando pedras no mar. Curioso, perguntou-lhe porque fazia aquilo.
E o velho disse a ele que o mar era mau, que pessoas morriam ali, e que por isso queria acabar com ele.

O yogin então riu e disse a ele que desistisse, pois era impossível acabar com o mar.



E o velho: "Ora, mas quem é você, que quer ter a sabedoria dos Vedas sem ter o trabalho de lê-los, para dizer que algo é impossível?" E revelando-se como Indra, disse ao yogin que, ao menos, gostava de sua persistência.

Indra então escreveu o Gayatri (o mantra que é tido como síntese do conhecimento dos Vedas) na areia, e ensinou ao yoguin como vocalizá-lo.  


(na minha sala de prática)
Gayatri, no site shanti-phula.net




















Gosto dessa tradução do Gayatri passada pelo Prof. Carlos Eduardo Gonzales Barbosa em uma aula: "Possa o fulgor desejável de Savitá impulsionar os nossos pensamentos."

Agota Sjostrom, Singularity #2
E, da aula de mantra em um curso do Prof. Osnir Cugenotta, guardo a lembrança de que o Gayatri é a "representação do Sol Espiritual ou Luz da Consciência", pois Savitá não é o Sol, mas sua essência, a energia que o sustenta. 

E, como o Sol está sempre associado à consciência, sustenta também a nossa consciência. A luz da consciência, que está presente esteja ou não visível, esteja ou não o Sol visível no céu.


Max Ernst, Silence Through the Ages 
(em flickr.com/photos/lilfishstudios)




É dito que com sua vocalização correta pode-se sentir como se ondas concêntricas partissem do coração, limpando e tirando a opacidade dos invólucros da consciência, permitindo a ela brilhar. 


OM!





quinta-feira, 4 de junho de 2015

HISTÓRIAS PARA YOGA (TAMBÉM PARA ADULTOS OU ASPIRANTES)

Quero apresentar meu novo blog: HISTÓRIAS PARA YOGA (TAMBÉM PARA ADULTOS OU ASPIRANTES). 
Imagem que ilustra o blog, realizada na instalação "A Origem da Obra de Arte", de Marilá Dardot, no Instituto Inhotim.

Quando pensamos em 'contação' de histórias, muitas vezes as crianças vêm à mente em primeiro lugar, por serem uma espécie de momento por excelência da formação e da educação. E as histórias servem a esses propósitos de maneira maravilhosa. (Conhecemos, entre nós, o trabalho tão legal de "Yoga com Histórias", desenvolvido com crianças há tantos anos pelos professores João Soares e Rosa Muniz.)
Banca em Rishikesh.
Sempre ouvi que as histórias, os mitos, tinham na Índia um papel ainda bem vivo, como educação e orientação, não só para as crianças, mas também para os crescidos. E pareceu-me, nas duas vezes em que estive por lá, que realmente isso faz diferença, e é bastante visível na vida das pessoas bem simples.
E lembro aqui do Prof. Carlos Eduardo Gonzales Barbosa dizendo algo como 'o mito é a parte da história que merece ser lembrada'.
Mahabharata para crianças ("Tell Me About MAHABHARATA") e Ramayana em quadrinhos.

Bem, não sou uma catedrática. Apenas alguém que encontrou no Yoga o caminho mais efetivo para...... Bem, para............ É difícil dizer. Acho que para o que mais importa. 

E por isso o Yoga é para mim "A" prática, e também escolhi ensiná-lo. E compartilhar, sempre que possível, além das impressões e coisas que surgem neste caminho, histórias. Sem preciosismos. Simplesmente compartilhando as histórias que leio, e que ouço daqueles que sabem mais do que eu.


Ah, por que "também para adultos ou aspirantes"? 

Lembro que sempre quis ser adulta, e que não depender de ninguém e poder viver de acordo com o que penso foi, na verdade, o grande sonho de minha infância e adolescência. 
E, apesar de todas as mazelas do mundo adulto, eu continuo apreciando demais isso a que almejava. 
Também não quis filhos e, ao menos por enquanto, não me dedico a ensinar crianças. 

E "aspirantes"? 
Claro que a mente é infantil, e não conseguimos ser tão adultos quanto gostaríamos. 
Então... vamos aprendendo. Com a prática e com as histórias.