Os mestres reais não cultivam o ego (seja o seu próprio ou, mesmo que indiretamente, o ego de seus discípulos). Antes, os mestres reais são, como diz Sri Shibendu Lahiri, processos, e não personalidades.
Os mestres (quer você os veja fora ou dentro de você mesmo) assemelham-se, muitas vezes, a desmancha-prazeres, porque sempre nos sugerem ir além, aprofundar.
A esse propósito, compartilho uma pequena história que já tinha ouvido do Prof. Osnir Cugenotta, e que ele voltou a contar no Satsanga do dia 20/12/2015 (na imagem):
Havia um homem que estava muito perturbado, com muitos problemas. Decidiu, então, ir conversar com um mestre de quem tinha ouvido falar, que residia na redondeza.
E o mestre perguntou-lhe, então, como ele sabia que estava com tantos problemas, e se ele se conseguia ver os próprios problemas.
E ele respondeu que sim, que os problemas eram reais, presentes, e que ele os via claramente.
Olho - M. C. Escher |
Diante dessa resposta, o mestre disse-lhe que, se ele conseguia olhar para os problemas, era porque os problemas não faziam parte dele, mas ele e os problemas eram coisas distintas.
Desta forma, não precisava estar tão perturbado por coisas que não eram ele.
O homem foi embora e, passado algum tempo, voltou muito feliz à cabana do mestre, e disse a ele que nem sabia como agradecer, pois havia chegado ali perturbado por muitos problemas, e agora estava em paz.
O mestre perguntou-lhe então como ele sabia que estava em paz, e se ele conseguia ver a paz...
Imagem de Josh Sommers (Aprofundando...) |
Ai, mestre...
Mestre é um cara (ou um processo) que não dá sossego.
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